O
Relatório Janus sobre o Comportamento Sexual, publicado nos Estados Unidos em
1993, foi descrito como a "primeira pesquisa científica nacional de ampla
escala desde Kinsey". Esse relatório revelou que 44% das pessoas
"muito religiosas" e 50% das pessoas "religiosas", e 59%
das pessoas "um pouco religiosas", admitiram que tiveram sexo antes
do casamento. Pessoas "muito religiosas" superaram ligeiramente as
pessoas "religiosas" em 57% contra 56%, ao dizerem que pessoalmente
concordavam com a afirmação, "Sensualmente falando, eu acho que o sexo é
uma delícia " (Janus, 1993: 252,255). Outra descoberta surpreendente feita
por estes cientistas foi em resposta à pergunta "Eu tive casos
extraconjugais." 31% das pessoas dentro da categoria "muito religiosas"
indicaram que tiveram pelo menos um caso, enquanto que apenas 26% das que se
consideravam simplesmente "religiosas", disseram que haviam se
envolvido com sexo fora do casamento. 44% dos "não religiosos"
admitiram se envolver em sexo extraconjugal. (op.cit., 249).
Diz-se que
o reformador francês João Calvino (1509-1564) se importava particularmente com
o adultério, e se referia a isso em quase todas as questões que debateu. G.
Rattray Taylor, ao comentar sobre esta característica em Sexo na História,
generaliza que: "Como a repressão sempre estimula o que se tenciona
reprimir, uma pessoa não ficaria surpresa ao saber que a sua irmã [a irmã de
Calvino] foi pega em adultério em 1557 e que sua filha sofreu o mesmo destino
cinco anos mais tarde" (Taylor, 1970:164).
Parece
que o Reverendo Episcopaliano Leo Booth concorda plenamente. No seu livro,
Quando Deus Vira uma Droga: Quebrando as Correntes do Vício e do Abuso
Religiosos (1991), Booth menciona a teoria de Eric Fromm de que os tabus
sexuais criam obsessões e perversões sexuais. Ele também observa:
Jimmy
Swaggart pregou alguns dos seus sermões mais mordazes contra o sexo
imediatamente após seus casos com prostitutas (Booth, 1991:72).
Embora
eu não concorde com Rev. Leo Booth quando ele rotula a maior parte dos cristãos
que citam a Bíblia e pregam Jesus como sendo "viciados em Deus,"
ainda assim concordo com alguns dos seus pontos de vista sobre o sexo e a
sexualidade.
Acredito
que Deus criou o sexo e o tornou algo prazeroso para nós por uma razão; não
apenas para procriar, mas como um meio de expressar fisicamente a unidade
espiritual. Afirmar que o sexo é algo sujo é um abuso do presente de Deus, e
deste abuso surgem mais abusos: culpa, vergonha, humilhação, temor. (op.
cit., 75)
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