Havendo o
celibato e os ensinamentos anti-sexuais se espalhado por todo o Cristianismo,
rapidamente adquiriram dimensões políticas bem como espirituais. Um exemplar de
coleção do Dicionário Buck (1838) sob o tópico "celibato" comenta
apropriadamente:
O zelo
supersticioso dentro do clero, com a finalidade de dar uma aparência
santarrona, parece ter induzido (o celibato) a princípio; e uma política
astuciosa, armada de poder, sem dúvida prendeu este estorvo [referindo-se aqui
ao celibato como uma espécie de entulho] na ordem sacerdotal em períodos
posteriores da Igreja (Buck, p.81).
O Sínodo
provincial de Eliberis, na Espanha (Conselho de Elvira), em 305, impôs que
bispos, padres e diáconos se separassem de suas esposas. Esta decisão foi
rejeitada pelo conselho de Niceia, em 325. O conselho não concordou que se
proibisse totalmente os padres de casarem, considerando o santo matrimônio tão
verdadeiramente casto como a vida de um celibatário. Contudo em 385, o Papa
Sirício novamente ordenou o celibato total para bispos, padres e diáconos, e
pediu a separação dos que fossem casados.
Em Um
Manual da História da Igreja, de Samuel G. Greene, somos informados de que:
Falsas
noções de pureza cristã levaram, em muitas circunstâncias, à separação
voluntária de marido e mulher... Justiniano foi o primeiro no Império do
Oriente a proibir que pessoas casadas fossem eleitas bispos. [Sub-diáconos
ainda podiam ter esposas.] No Ocidente, os esforços realizados para impingir o
celibato a todo o clero tiveram um êxito insignificante, até os dias de
Hildebrando (Gregório VII), no século XI, o qual tornou a lei absoluta. O
Oriente, pelo contrário, embora eventualmente (depois do Sínodo de Trulha em
692 D.C.) exigisse o celibato dos bispos, não somente permite, mas também
incentiva o casamento do resto do clero (Greene, 1907:229).
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